Já faz um certo tempo em que penso em escrever sobre a relação que nós, riograndenses, temos com nosso clima, mas só me animei hoje, no primeiro dia do inverno - esta estação que nos é tão cara.

Para começar temos quatros estações bem definidas, o que não acontece do Brasil tropical(aquele país amigo um pouco ao norte): o verão é de rachar, com temperaturas que passam os 40 graus C; o outono é belo e com temperaturas amenas; o inverno é frio, com temperaturas que podem chegar aos 5 graus negativos nos lugares mais frios e, porque não, temos neve, ainda que seja apenas no alto da Serra. Já a nosso primavera é colorida com o roxo dos Jacarandás de Porto Alegre.

Até aí tudo bem, quatro estações, mas o que nos diferencia? Certamente é a atenção que damos às mudanças do tempo, que chega a ser exagerada! Nos noticiarios se dá um espaço considerável às previsões do tempo, e alguns destes apresentadores chegam até a ter uma certa popularidade demasiada, algo incomum em outras parte do Continente brasílico.

Outra relação estranha que temos com nosso tempo é quanto ao frio(aquele mesmo formador da nossa identidade gauchesca, inseparável da cultura riograndense): Não sei porque pensamos que aqui é o lugar mais frio do mundo, e tenho a impressão de que por mais que o inverno seja ameno as pessoas morrem de frio. É claro que há excessões, e eu sou uma delas.

Mas o melhor de tudo é poder brincar com os esteriótipos criados pelos brasileiros a nosso respeito(este assunto já foi explorado pelo músico e cronista Kledir Ramil): isso pode ser feito quando dissemos a eles, por exemplo, que no verão, que dura uns 5 dias, aqui esquenta, chegando a temperaturas altíssimas, 15 ou 16 graus, as vezes. Esses esteriópos fazem parte de uma enorme mitologia criada por cariocas e outros nortistas sobre nós.
Este país definitivamente não nos entende.

Enfim, aproveitem o inverno e cuidem-se, porque "tá um frio de renguear cusco"!