Pájaro sin Luz
Um verso do Lupicínio batendo a 200 por hora na minha cabeça, a náusea e o aperto do peito, com a perdão da aliteração (e agora da rima). As horas da semana gastas em devaneios e saudade, com os planos que começo a guardar embaixo da cama ou sobre o armário, nesses lugares que ninguém olha, lugares de coisas esquecidas e de coisas que se esquecerão. Cada instante do amor imaginado nos últimos dias era pra ela, secreta e mentalmente remetidos por mim pra mesma pele canela e pro mesmo cabelo castanho e pras mesmas perfeitas imperfeições do mesmo corpo que o meu apertou mil vezes com um amor que eu quase não tenho. Cada espaço vazio na minha cama foi um tango, todo verso me saiu torto, todo cheiro perfumou menos que aquele. Ah, se eu entendesse desses assuntos, ah, se as contradições da vida não pesassem uma tonelada. Vida, pisa devagar. Meu coração, cuidado, é frágil. E nem sei em que bar posso encontrar um sonho, uma ilusão bem grande de cinema, uma manhã de mergulhos sonolentos no lençol, o corpo chiquitito confundido no meu, y me duele porque con un dedo toqué el borde de su boca, con el borde de mi boca toqué el borde de su boca, tantas miles múltiples inmensas veces. Con Cortázar y vino tinto, con Benedettis y visitas, con caminatas y viajes, con barcos hundidos y fríos faros del Sur, se murió de tristeza mi patria de almohadas, se prorrumpieron dos ríos plateados por mi cara. ¿Después? Qué importa del después.
bem bão
acho que esse é dos mais lindos que tu já escreveu.