A Música do Rio Grande
A música riograndense, ao meu ver, possui um grande potencial desperdiçado. Mesmo que sejamos o único Estado que possui sua própria "música popular", a MPG, os inúmeros ritmos que a cultura gaúcha nos lega - vaneras, milongas, chamamés, chacareras, xotes, rancheiras - passam muitas vezes longe do músico urbano. Enquanto isso a música tradicional permanece numa imensa mesmice que dá nos nervos. Os quase 50 festivais nativistas espalhados pelo Rio Grande do Sul pouco somam à cultura popular, e mesmo os mais importantes, como a Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, o Canto a Martin Fierro, de Livramento, o Americanto, de Santa Rosa, acabam sempre com um repertório repetitivo.
No entanto, em meio a essa grande calmaria alguns valorosos músicos estão aí para soprar as velas da cultura regional. Gostaria de destacar dois deles: o pelotense Vitor Ramil e o uruguaianense Pirisca Grecco. Como diz no encarte de um dos CD's do Pirisca, esses homens conocen como pocos campo y ciudad. Suas músicas buscam ser o dialogo entre a pampa e a cidade. Entre os costumes autóctones e os sentimentos universais. Algo parecido já foi feito com bom gosto e certo sucesso por Kleiton e Kledir Ramil, aliás, irmãos do Vitor. Mas o Rio Grande do Sul não pode ficar parado na década de 80, nas milongas do Fogaça(então comunista!) tocadas com guitarras elétricas. Agora o Fogaça apóia a Yeda, a Ditadura Militar acabou, e não precisamos mais concorrer com a Lambada. Só com o funk carioca e o pop made in USA... Mas voltando às honrosas exceções: Vitor, sabemos, não é nenhuma revelação do momento, desde a tenra idade já se aventura nos caminhos da música. "Estrela, Estrela", por exemplo, foi composta por ele aos 15 anos. E hoje, lá pelos 40, já entrou inclusive no terreno da literatura, com sua brilhante "Estética do Frio", em que disseca a tão conturbada identidade riograndense. Nos últimos tempos tem se aprofundado nas milongas do campeiro alegretense João da Cunha Vargas(nome representativo, não?) e nas do não menos milongueiro Jorge Luís Borges. O resultado é formidável. E mais: segue ideologicamente coerente...ainda que isso seja algo difícil em tempos de PT neoliberal e desertos verdes. Grecco, lá pelos 35 anos, por outro lado, não é conhecido nem mesmo dentro do Estado fora do circuito nativista. Mas suas composições e interpretações - onde há lugar tanto pra bombos legüeros quanto pra guitarras semi-acústicas - são de ótimo gosto. Novas, regionais, fortes. Cantando os sentimentos humanos com sotaque da Fronteira.
Enfim, indico àqueles que se interessam pela cultura do Estado mais meridional do Brasil o trabalho desses dois filhos do pago.
No entanto, em meio a essa grande calmaria alguns valorosos músicos estão aí para soprar as velas da cultura regional. Gostaria de destacar dois deles: o pelotense Vitor Ramil e o uruguaianense Pirisca Grecco. Como diz no encarte de um dos CD's do Pirisca, esses homens conocen como pocos campo y ciudad. Suas músicas buscam ser o dialogo entre a pampa e a cidade. Entre os costumes autóctones e os sentimentos universais. Algo parecido já foi feito com bom gosto e certo sucesso por Kleiton e Kledir Ramil, aliás, irmãos do Vitor. Mas o Rio Grande do Sul não pode ficar parado na década de 80, nas milongas do Fogaça(então comunista!) tocadas com guitarras elétricas. Agora o Fogaça apóia a Yeda, a Ditadura Militar acabou, e não precisamos mais concorrer com a Lambada. Só com o funk carioca e o pop made in USA... Mas voltando às honrosas exceções: Vitor, sabemos, não é nenhuma revelação do momento, desde a tenra idade já se aventura nos caminhos da música. "Estrela, Estrela", por exemplo, foi composta por ele aos 15 anos. E hoje, lá pelos 40, já entrou inclusive no terreno da literatura, com sua brilhante "Estética do Frio", em que disseca a tão conturbada identidade riograndense. Nos últimos tempos tem se aprofundado nas milongas do campeiro alegretense João da Cunha Vargas(nome representativo, não?) e nas do não menos milongueiro Jorge Luís Borges. O resultado é formidável. E mais: segue ideologicamente coerente...ainda que isso seja algo difícil em tempos de PT neoliberal e desertos verdes. Grecco, lá pelos 35 anos, por outro lado, não é conhecido nem mesmo dentro do Estado fora do circuito nativista. Mas suas composições e interpretações - onde há lugar tanto pra bombos legüeros quanto pra guitarras semi-acústicas - são de ótimo gosto. Novas, regionais, fortes. Cantando os sentimentos humanos com sotaque da Fronteira.
Enfim, indico àqueles que se interessam pela cultura do Estado mais meridional do Brasil o trabalho desses dois filhos do pago.
Te confesso que gosto mais do Kleiton e Kledir. Mas adoro o Vitor também. Concordo em gênero e em número com o que tu falou. Mesmo. Só faltaram duas citações no teu texto: o movimento tchê music que tem abalado o tradicionalismo - revertendo um pouco a mesmice - e o Nei Lisboa que, ao meu ver, tem belíssimas canções com uma sutil presença de nossa gauchismo. Ele e os irmãos Ramil são os melhores! Beijo
Bueno, não considero a tchê music nenhum avanço na cultura popular. É funk com gaita.
Já o Lisboa não conheço muito do seu trabalho, mas pelo pouco que sei me parece que ele não entra muito a fundo na musicalidade "gaucha". Como faz o Pirisca e o Vitor.
Besitos!
Não disse que a tche music seja um avanço! Eu odeio tche music.. disse que ela agitou o tradicionalismo, justamente, por não ter sido aceita.
no sea tan duro con kel, hace todo lo posible por intervenir y a que usted le guste. Ando atrasada, problemas de falta de PC, pero el artículo sobre la música es muy interesante, realmente no sé nada de Río Grande y a mi me sirve para aprender. Investigaré,mi querido Sherlock.
jejeje
Está bien, Wathson(?)!
No quise ser duro con Kellen, tal vez yo tenga me expresado de forma equivocada...viste, KELLEN???
Hugs!
hehehe. tudo bem, felipe. não tô brava.... hehehe... beijinhos
só não concordo com uma coisa! o fato de só teu Estado possuir uma música popular própria!!! (precisas conhecer o Brasil).....
e, seu uma linda e cheirosa guapa, de uma boa "pegada"!!!! te puxar prá dançar lambada!!!! aiaiaiaiaiaiaia!!!! você naum vai conseguir dormir nessa noite hahahahahahaha!!!!! vais amar a lambada ôoooooooooopppppppaaaaaaaá
Agora teus textos são lindos! preciosos!!!!!!!!
besitos de um passarinho prá ti! Precioso!!!!!
Iva:
Por isso mesmo pus música popular entre aspas. Nunca ouvi falar em MPP, Música Popular Paraibana. E talecoisa.
No Rio Grande do Sul há sim a tal MPG, música popular gaúcha.
O NE é riquíssimo em folclore. Mais que o RS, onde o tradicionalismo é muito forte. São cousas distintas.
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Nei:
Gracias pelo comentário,
sobre os nomes que citaste não pude escrever pois nem mesmo os conheço. Com exceção do Raul Elwanger(que também só conheço a belíssima Pealo de Sangue).
A Santana Velha das barrancas do Uruguai nos deixou boas coisas já se tratando de música...
Saludos!
E quem disse que estava falando somente do NE, estava falando de todos os Estados de nosso Brasil uil uil uil!!!!
Besitos! "piu piu"