O sol doura as folhas do Eucalipto
A solidão incomoda
Solidez.
O que me resta é essa música
E a guitarra que não sei tocar
Pra que serve esta tarde de Outono?

Eu quero a grama, as árvores, a boca
O cheiro, a rua, teus braços se enredando
em mim.
Quero o vento na melena.
Quero te achar.
Eu quero por completo a minha Porto Alegre
que mesmo sendo uma mulher
não me basta. Sozinha não.
Quero a Redenção, o meu rio, e de novo o vento frio.

O problema é que quero demais
E faço de menos;
Ou não...

Quero te abraçar, continente americano
Depois do sangue, do pranto e da morte
Que venha a luz e a igualdade,
O sonho e a liberdade.

Do ventre que nasce a riqueza
Também nascerá o amor.
No arrabalde onde só há pobreza
Não mais reinará a dor.

E dos heróis bloqueados pelo aço
Restará o espírito e o ideal.
Pois com a força do tupamaro
sepultaremos a exploração e o mal.

Se necessário for mil anos,
que assim o seja.
Porque não há escolha,
Só resta a peleja.

"Ela virá. A Revolução conquistará para todos o direito não somente ao pão, mas à poesia."

Leon Trotsky

Puxa um banco e senta
Que tá na hora do chimarrão
É o sabor do PAMPA
De boca em boca, de mão em mão
Puxa um banco e senta
Vem cá pra Roda de Chimarrão
Vem aquece a goela
E de inhapa a alma e o coração...