31 mayo, 2010

Pájaro sin Luz

Um verso do Lupicínio batendo a 200 por hora na minha cabeça, a náusea e o aperto do peito, com a perdão da aliteração (e agora da rima). As horas da semana gastas em devaneios e saudade, com os planos que começo a guardar embaixo da cama ou sobre o armário, nesses lugares que ninguém olha, lugares de coisas esquecidas e de coisas que se esquecerão. Cada instante do amor imaginado nos últimos dias era pra ela, secreta e mentalmente remetidos por mim pra mesma pele canela e pro mesmo cabelo castanho e pras mesmas perfeitas imperfeições do mesmo corpo que o meu apertou mil vezes com um amor que eu quase não tenho. Cada espaço vazio na minha cama foi um tango, todo verso me saiu torto, todo cheiro perfumou menos que aquele. Ah, se eu entendesse desses assuntos, ah, se as contradições da vida não pesassem uma tonelada. Vida, pisa devagar. Meu coração, cuidado, é frágil. E nem sei em que bar posso encontrar um sonho, uma ilusão bem grande de cinema, uma manhã de mergulhos sonolentos no lençol, o corpo chiquitito confundido no meu, y me duele porque con un dedo toqué el borde de su boca, con el borde de mi boca toqué el borde de su boca, tantas miles múltiples inmensas veces. Con Cortázar y vino tinto, con Benedettis y visitas, con caminatas y viajes, con barcos hundidos y fríos faros del Sur, se murió de tristeza mi patria de almohadas, se prorrumpieron dos ríos plateados por mi cara. ¿Después? Qué importa del después.

23 mayo, 2010

Quizás porque sus palabras hablan de viajes y exilios y de costumbres que siendo suyas también son mías, quizás porque me tiran tanta belleza y tanto misterio en la cara, misterios de pozo hondo, de niebla, de niebla. Quizás porque a cada página me nace una risa o una lágrima o una duda o la sensación de sentirme maravillosamente engañado. Quizás porque jugar sea lo que nos quede, viejo.

20 mayo, 2010

Sitio

Y dónde habrán metido aquellas noches en que una muchacha esperaba en la esquina fría, con ojos y bufanda oscuros, entre los autos salvajes y el viento?

11 mayo, 2010

Volta

o cheiro velho de qualquer livro
traz à tona, transporta ao presente
as palavras, o rosto, o tempo
a Rua da Praia, e céu e vento
que as linhas de um Erico me fizeram conhecer

caminho na neblina
da cidade que é outra
e a mesma.

10 mayo, 2010

Al carajo la pecera

me creen pez de color ya loco
peleado con su reflejo de aletas rotas
pez de color sin color y viejo
(no se imaginan mi corazón de tiburón
y mi vocación a la rima tuerta)

a la costumbre del menosprecio
le agarré un trompazo
y salí vivazo echando vistazos
a las piernas del pueblo

haciendo cuna en departamentos ajenos
nadando libre en el mar de sábanas
de los hoteles baratos donde me conocí
más suave que una raya bolada.

05 mayo, 2010

Sopro

querem ser vento
minha pele e meu cabelo ao vento
com rumo incerto sair
levando cheiros e folhas

tocar outras peles e outros cabelos
varrer nuvens pintando estrelas
levantar saias e empurrar velas
girando como a Terra
ou fazendo a própria girar.
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