30 julio, 2006

O Poeta da Minha Cidade


Hoje se comemora o centenário do nascimento de Mário Quintana, o poeta das coisas simples que, embora fosse alegretense, foi o grande cantor das ruas e gentes de Porto Alegre.

Ah Quintana, quantos poemas teus não tenho na memória?!
Essas tuas calçadas também são minhas!


E além dos teus versos nos deixaste tua casa!

26 julio, 2006

Enquanto isso no Libano...


Já são mais de 600 civis mortos.

22 julio, 2006

Pachamama peleando!


A América Latina que não se dobra.

21 julio, 2006

Direitos Pisoteados

Muito se escreve sobre as crianças de rua e suas penas cotidianas, mas tenho aqui comigo que o momento mais difícil de alguém sem abrigo não é a infância, pois nesta fase ainda não se entende o mundo, e o outro lado - a vida digna, o conforto - é algo abstrato, meio irreal. Sem contar que, apesar de tudo, os guris de rua ainda encontram alguma tolerância da sociedade, quem sabe até um gesto de carinho.
Acontece que - o sistema penintencial querendo ou não - esses niños crescem, e em vez de despertarem caridade, despertam medo. As pouquíssimas portas que ainda tinham abertas se fecham.
E convenhamos, um sistema que tolera crianças na rua não se importará com jovens sem educação alguma, nem se há guris de 14, 15 anos sem meia dúzia de dentes. E o que se vê pelas ruas deste continente que teima em dormir é uma geração sem perpectivas, uma montanha de frustrações e uma trajetória de humilhação.
E pergunto a ti, que estás confortavelmente lendo este texto enquanto hay niños en la calle, o quê fazes pra mudar essa situação?

19 julio, 2006

Do Pampa ao Caribe

Che Guevara

Como se a mão pura de San Martín
Tivesse se estendido para seu irmão, Martí,
E o Prata, de margens verdejantes, corresse pelo mar
Para se juntar à embocadura cheia de amor do Cauto.

Assim Guevara, gaúcho de voz forte, agiu para dedicar
Seu sangue guerrilheiro a Fidel,
E sua mão larga teve mais espírito de camaradagem
Quando nossa noite era mais negro, mais escura.

A morte recuou. De suas sombras impuras,
Do punhal, do veneno e das feras,
Só restam lembranças selvagens.

Fundida dos dois, uma única alma brilha,
Como se a mão pura de San Martín
Tivesse se estendido para seu irmão, Martí.

Nicolás Guillén

16 julio, 2006

Minha Cidade

Minha cidade
ontem mesmo eu a vi
tem castelos, rainhas e sapos
paetês e farrapos
bares luares quintanas
tem poeta aos milhares
mulheres mundanas
pontes piratas patrões
serestas, violões
tem casas, sobrados, chalés
mansões, chaminés
tem Zés, tem dessas manias
tchês, escocês, nacional
marias, meu deus, como tem
umidade, esta cidade
insiste em estar dentro da lei
mas ela mesmo se entrega
ontem mesmo eu a vi
pegando a free-way.

Martha Medeiros.

Ah, como amo esse Portinho! E como odeio as crônicas da Martha Medeiros...

12 julio, 2006

O máis terríbel - LFV

O máis terríbel non era a menina chamándome de "tío" e pedindo un diñeiriño, ela descalza no asfalto e eu no meu carro de rico. O máis terríbel non era eu escollendo a cara e a voz para dicir que non tiña diñero, desculpe, como se a vergoña tivese un protocolo que a absolvese. O máis terríbel non foi nin a naturalidade con que ela cuspiu na miña cara. O máis terríbel foi que ela era tan pequena que a cusparada non me atinxiu.
Somos boas personas, bons cidadáns e bons pais, pero somos tíos relapsos. Nosas sobriñas e nosos sobriños enchen as rúas de nosas cidades, cercan nosos carros, invaden nosas vidas e insisten que son da nosa família, e non temos nada para darlles ou dicir, alén de un pouco de diñero ou "desculpe". Na familia latinoamericana "tíos" e sobriños teñen un diálogo de ameaza e medo, rebolta e remorso, e poucas palabras. Ningún consolo posíbel, ninguña esperanza, ninguña explicación. O que dizer a unha sobriña cuxa cabeza mal chega a xanela do carro e tenta cuspir na cara do tío? Feo. Falta de educación. Papá do ceo castiga. Paciencia, miña filla, este é apenas un ciclo económico e a nosa xeración foi a escollida para esta vergoña, ti aí dese tamaño pedindo diñeiro e eu aquí sen nada para dicirche, agora afasta que abriu o semáforo. Non preguntes ao tío quen fixo a escolla, é todo moi complicado e, mesmo, ti non entederias a teoría. Vai cheirar grude, p'ra pasar. Vai morrer, para esquecer. Ou vai crecer, para matarme na próxima esquina.
A historia, din, terminou, e os mociños gañaran. Os realistas, os antiutópicos, os racionais. Ficou probado que a solidariedade é antinatural e que cada un debe coidar dos apetitos dos seus. Ou sexa: ninguén é "tío" de ninguén. A família humana é un mito, o sufrimento alleo é un estorbo e se a miseria à túa volta te incomoda, compra unha antena parabólica. Ninguén é insensible, din os mociños, pero a compasión non funciona. Todos eses anos de convivencia coa dor dos outros, que debían ternos educado para a compasión, nos educaran para a autodefensa, para cuspir primeiro. Os bons sentimentos faliran, din os mociños. Confiemos o futuro ao mercado, que non ten sentimentos, que tritura xeranzóns entre seus dedos invisibeis, para que se envolver? Afástate do carro que abriu o sinal.
Pero máis terríbel do que todo é eu ficar aquí, escollendo frases para encher papel, ata coidando o estilo, xa que é domingo. Como se fixese algunha diferenza. Como se iso fose salvarnos, o tío da súa impotencia e complicidade e a sobriña anónima do seu destino. Desculpe.

Luís Fernando Verissimo.
Traduzido para o galego(ou algo parecido...) por mim.

11 julio, 2006

I'm the law.

Soldado estadunidense no Iraque. No seu capacete, em árabe, está escrito: "Eu sou a lei". Ele não está errado.
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