25 septiembre, 2007
21 septiembre, 2007
Dia de Trabalho
O jovem oficial Jarbas Passarinho tira do gancho o telefone e faz a primeira ligação da manhã. Dia cheio. Bomba em quartel, passeata no Centro, congresso estudantil, jornalistas rebeldes. Às vezes é preciso tomar medidas enérgicas.
Do outro lado da linha está o amigo Octavio Frias, grande patriota brasileiro, defensor inflexível da família, da propriedade e da ordem no país. A conversa se estende por alguns minutos; o oficial a pedir auxílio para a resolução de alguns probleminhas.
O velho telefone volta ao gancho. Jarbas sorri, satisfeito. Mais uma vez o aliado Frias - e os automóveis do seu jornal - lhe serão muito úteis na busca dos terroristas. De pronto o oficial põe-se de pé e chama seus subordinados. Hoje teremos visitas, diz, mui gracioso.
Horas depois vê-se entrar na sala escura os visitantes. Depois do eficiente ritual de sempre, o oficial obtém as respostas desejadas. Com um pouco de firmeza, os jovens convidados, antes mudos, falam prodigiosamente. A delicada cerimônia, tão comum nestes tempos de união nacional, converte qualquer um em grande ficcionista.
Em seguida os marginais são enviados para suas celas, onde cumprirão um curto período de detenção, e assim poderão reabilitar-se de seus desvios sociais, amparados e embalados nos braços do Estado Brasileiro.
E Jarbas, após mais um árduo dia de trabalho na construção do Novo Brasil, pega seu carro esportivo, ano 68, fabricação nacional, e se dirige ao seu doce lar, onde jantará com sua esposa de cabelos encaracolados, assistirá ao Jornal Nacional e lerá contos de fadas aos filhos à hora de dormir.
Do outro lado da linha está o amigo Octavio Frias, grande patriota brasileiro, defensor inflexível da família, da propriedade e da ordem no país. A conversa se estende por alguns minutos; o oficial a pedir auxílio para a resolução de alguns probleminhas.
O velho telefone volta ao gancho. Jarbas sorri, satisfeito. Mais uma vez o aliado Frias - e os automóveis do seu jornal - lhe serão muito úteis na busca dos terroristas. De pronto o oficial põe-se de pé e chama seus subordinados. Hoje teremos visitas, diz, mui gracioso.
Horas depois vê-se entrar na sala escura os visitantes. Depois do eficiente ritual de sempre, o oficial obtém as respostas desejadas. Com um pouco de firmeza, os jovens convidados, antes mudos, falam prodigiosamente. A delicada cerimônia, tão comum nestes tempos de união nacional, converte qualquer um em grande ficcionista.
Em seguida os marginais são enviados para suas celas, onde cumprirão um curto período de detenção, e assim poderão reabilitar-se de seus desvios sociais, amparados e embalados nos braços do Estado Brasileiro.
E Jarbas, após mais um árduo dia de trabalho na construção do Novo Brasil, pega seu carro esportivo, ano 68, fabricação nacional, e se dirige ao seu doce lar, onde jantará com sua esposa de cabelos encaracolados, assistirá ao Jornal Nacional e lerá contos de fadas aos filhos à hora de dormir.
15 septiembre, 2007
e fazia tanto tempo que não eu chorava por uma mulher - ainda mais assim no meio da rua tão sem jeito tão sem classe e tão sem nada - que até me surpreendo com essa vergonha que me faz baixar a cara quando vem essa gente na minha direção cheia de álcool e de sorrisos e de sei lá o quê - e principalmente cheia de olhares - e como me dói tanta coisa que às vezes até me somem as palavras.
09 septiembre, 2007
Canta o Sul.
Elis Regina cantando e sambando no festival da Record. Revelação nacional.
Um jovem da Fronteira Oeste, Colmar Duarte, apresenta suas músicas na inscrição do festival. Suas canções são rejeitadas. Milonga não é música brasileira, dizem os organizadores do evento. Ele será um dos fundadores da Califórnia da Canção Nativa, o festival de música mais importante do Rio Grande.
Um jovem da Fronteira Oeste, Colmar Duarte, apresenta suas músicas na inscrição do festival. Suas canções são rejeitadas. Milonga não é música brasileira, dizem os organizadores do evento. Ele será um dos fundadores da Califórnia da Canção Nativa, o festival de música mais importante do Rio Grande.
03 septiembre, 2007
Bonita
ai, quando a morena
me olha e me molha
e me deixa sem jeito
ai, o efeito
que causa a pequena
quando serena
encosta a melena
sobre o meu peito.
me olha e me molha
e me deixa sem jeito
ai, o efeito
que causa a pequena
quando serena
encosta a melena
sobre o meu peito.