31 marzo, 2009

Me gustas cuando callas porque estás como ausente


Neruda,
por Mercedes.

30 marzo, 2009

Mañana

Escapo de la cama sin ruido, recorro la inmensidad oscura de mi cuarto, toco las paredes, me ubico, salgo. Abro la ducha. Tibio chorro, pelo mojado, cuerpo mojado. El agua quita los trocitos de noche que quedan en mis ojos. El jabón: simple excusa para estar más tiempo en el líquido masaje que cae de arriba. Miro por la ventanilla, un pedazo de cielo, otro de calle. El otoño. Y siento el cuerpo: no el mío, el otro. Es abrazo de piel sumado al abrazo del agua. El beso en el cuello, la mejilla en la mía, la mano agitada, el pelo largo en mi espalda. Rudo compás, dulce cansacio.

28 marzo, 2009

me falta aquele poema
e principalmente
o motivo para tê-lo

23 marzo, 2009

Melancolia,

prima da tristeza, que recheia as horas que não devem mesmo ser alegres.

19 marzo, 2009

Real EscalaThrill

O outono veraneando
tons de pele, dois
as texturas e as quenturas
um par de dúvidas
aquela inquietação!,
e gana.
mais loucura, muito mais
que sem ela
só louco aguenta.

Tenta ver o Quixote na Redenção
ou o Tiaraju mateando em Viamão
ata uma trança negra no meu cabelo
e muda o curso desse rio.
recoloca os punks de bombacha
na Osvaldo Aranha.

Y mirá qué lindo, qué loco sería
eu, tu e o Simões
bailando cumbia em Rosário.
nós - com a preguiça dum cusco ao sol
- há trinta horas na tua cama

Olha só as dunas de Cidreira
invadindo o Laranjal em agosto!
ah, me encantaría verlo
sobretodo si cantado por Gardel.

17 marzo, 2009

HERMANA DUDA,

ojalá que tú sigas teniéndome a tiro.
adeus, verão.
e sê bem-vinda,
nova estação!

16 marzo, 2009

à bruma
fumava
nu
no quarto
de cor
azul

07 marzo, 2009

Segredos de Infância


O meu Porto Alegre começa no fim dos planos de urbanização, com o imprevisto das vielas, o desaprumo dos muros limosos, um beiral emplumado de macega e os velhos nomes que placas não conseguem abafar... A mim, fantasma do velho Coruja, desmanchemos o presente! Desmantelemos com método o cimento armado, misturemos todos os traçados e plantas e posturas, pra ver como fica. Debaixo deste arranha-céu passa o Beco do Fanha, com as águas ocultas de saudade. Reponha-se o quiosque no devido lugar, atrelem-se de novo ao bonde os burros sem futuro, mas principalmente replantem uma a uma as árvores. Aquelas árvores que pareciam eternas na Praça da Harmonia. Aquelas árvores que pareciam eternas na Praça da Harmonia, de tão profundas raízes nos sonhos. Prezado Coruja, patrono dos saudosistas, não devemos ter a menor contemplação com esta cidade nova que brotou sobre a outra, apagando a marca dos nossos passos.

Augusto Meyer.

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