¡Que vivan los estudiantes
que rugen como los vientos
cuando les meten al oído
sotanas o regimientos.
Pajarillos libertarios,
igual que los elementos.
Caramba y zamba la cosa
¡vivan los experimentos!*

Qué pasa en Chile? Me parece que el "progresio" tan alarmado por los medios de comunicación no ha llegado al pueblo... La presidenta "socialista"(por que necesitamos de neoliberales si tenemos socialistas así?) se vió presionada por los más de 600 mil estudiantes - y Chile sólo tiene cerca de 16 millones de habitantes - que saliron a las calles para teneren el derecho de estudio garantizado . Bachele creó un consejo para la cuestión educacional, pero la representatividad de los estudiantes es mínima.

La "izquierda" que gobierna el Chile desde el fin de la dictadura militar ha preferido un camino de conciliación de clases y de perdón a los crimenes de Pinochet. Una demostración de eso son los "carabineros" que actuan hasta los días de hoy, como se puede ver en la foto.

Sin embargo, esa no es la única herencia del periodo más negro de la historia del país, lo peor es la dictadura del capital que continua, la dictadura de las multinacionales, del desempleo y de una produción direccionada al mercado externo.

Los estudiantes ya volveron a sus casas, pero la situación social ciertamiente los obligará a iren de nuevo a las calles. Espero que sea para hacer una vuelta de 180 grados en la historia del país de Violeta Parra*.

PEALO DE SANGUE

Que mistérios trago no peito
Que tristezas guardo comigo
Se o meu sangue é colono, é gaúcho
Lá no campo é que encontro o abrigo
O cheirinho de chuva na mata
Me peala e me puxa prá lá.

Quero só um pedaço de terra
Um ranchinho de santa fé
Milho verde, feijão, laranjeira,
Lambari cutucando no pé
Noite alta luzeiro alumiando
Um gaúcho sonhando de pé

(...)
Velho Rio Grande
Velho Guaíba
Sei que um dia será novo dia
Brotando em teu coração
Quem viver saberá que é possível
Quem lutar ganhará seu quinhão.

Essa música de Raul Ellwanger me emociona, mesclando amor pelo pago com a esperança do ainda tão necessário Novo Tempo.

Fotos do Guaíba: http://www.cameraviajante.com.br/diariodeviagem2.htm

O Rio Grande do Sul localiza-se no sul do continente americano, e sua Capital, Porto Alegre, é atrevessada pelo Paralelo 30ºS.
A maioria absoluta do seu território é coberta pelo Pampa, uma enorme planície de vegetação rasteira que também cobre grande parte da Argentina e do Uruguai. A sua cultura também se assemelha muito a destes dois países vizinhos.
Uma região tipicamente fronteiriça, forjada por "guerras gauchas".
Chegamos até a ser um país independente, de 1836 a 1845, com o título de República Riograndense.

Enfim, bem-vindos ao Continente de São Pedro!

Desenhado e cevado por Don Felipe Conejo.

Já faz um certo tempo em que penso em escrever sobre a relação que nós, riograndenses, temos com nosso clima, mas só me animei hoje, no primeiro dia do inverno - esta estação que nos é tão cara.

Para começar temos quatros estações bem definidas, o que não acontece do Brasil tropical(aquele país amigo um pouco ao norte): o verão é de rachar, com temperaturas que passam os 40 graus C; o outono é belo e com temperaturas amenas; o inverno é frio, com temperaturas que podem chegar aos 5 graus negativos nos lugares mais frios e, porque não, temos neve, ainda que seja apenas no alto da Serra. Já a nosso primavera é colorida com o roxo dos Jacarandás de Porto Alegre.

Até aí tudo bem, quatro estações, mas o que nos diferencia? Certamente é a atenção que damos às mudanças do tempo, que chega a ser exagerada! Nos noticiarios se dá um espaço considerável às previsões do tempo, e alguns destes apresentadores chegam até a ter uma certa popularidade demasiada, algo incomum em outras parte do Continente brasílico.

Outra relação estranha que temos com nosso tempo é quanto ao frio(aquele mesmo formador da nossa identidade gauchesca, inseparável da cultura riograndense): Não sei porque pensamos que aqui é o lugar mais frio do mundo, e tenho a impressão de que por mais que o inverno seja ameno as pessoas morrem de frio. É claro que há excessões, e eu sou uma delas.

Mas o melhor de tudo é poder brincar com os esteriótipos criados pelos brasileiros a nosso respeito(este assunto já foi explorado pelo músico e cronista Kledir Ramil): isso pode ser feito quando dissemos a eles, por exemplo, que no verão, que dura uns 5 dias, aqui esquenta, chegando a temperaturas altíssimas, 15 ou 16 graus, as vezes. Esses esteriópos fazem parte de uma enorme mitologia criada por cariocas e outros nortistas sobre nós.
Este país definitivamente não nos entende.

Enfim, aproveitem o inverno e cuidem-se, porque "tá um frio de renguear cusco"!

Desenhado e cevado por mim próprio.

"Nasci pra teu cantor e testemunho, rascunho de tuas falas e tua gente, e ando a traduzir-te, Continente, o que gravaste em mim de próprio punho..."

Esta é a Praça da Matriz, cravada no alto de uma coxilha no Centro de Porto Alegre, é a nossa Plaza de Mayo, só que um pouco mais bonita(está bem, há controvérsias...). À sua volta se encontram alguns dos principais prédios públicos do Portinho, como a Catedral Metropolitana, o Palácio Piratini, sede da República Rio-Grandense, digo, do Governo Estadual, além da Assembléia Legislativa e do famoso Teatro São Pedro, que no próximo dia 20 de setembro dará a cidade o maior Complexo Cultural da América Latina, o Multipalco.

A praça é também um ótimo lugar para se lagartear ao sol depois de pegar um livro na bela Biblioteca Pública Estadual, que fica a uma quadra do local. No seu centro um obelisco belamente ornamentado se destaca. Datado do início do século XX, foi criado em homenagem ao caudilho positivista Júlio de Castilhos. Os numerosos Jacarandás(que florecem lá por de outubro, novembro) também dão uma beleza colorida ao lugar.

A Praça Marechal Deodoro(seu nome oficial e completamente desconhecido pela população) também é um dos lugares onde o rio-grandense mais pratica seu espírito cívico. Em constantes e necessários protestos contra o Governo Estadual, entre outros.

Feito o convite! Venham conhecer esta bela cidade cortada pelo parelelo 30º S!

Puxa os punhos da camisa para os nós dos dedos, mexe com os ombros, vai se tornando mais pesado, mais solene. O Sargento alcança-lhe o quepe. Netto ajeita-o na cabeça.

NETTO
- O Imperador do Brasil me disse que admirava nossa bela Província, mas que padecia muito com o ânimo belicoso dos riograndenses. Eu respondi que os rio-grandenses também amavam as belas artes e a democracia, e que também admirávamos essa vida tão lírica da Corte, essa Atenas tropical onde ele reinava tão graciosamente. Mas que tínhamos sustentado duzentos anos de guerras de fronteiras, e que sabíamos que mais guerras ainda viriam. Não éramos belicosos, como ele dizia, porque assim o desejávamos, mas porque, se a uns coube o destino de Atenas, a outros coube o destino de Esparta.

SARGENTO CALDEIRA
- Mas bá! Gostei do floreio, General.

(Cena do filme Netto Perde sua Alma.)